O estudo "Sustain to Gain" da Worldpanel by Numerator chega à sua sexta edição decodificando práticas ecológicas na América Latina e entendendo como marcas e varejistas de FMCG podem ter a sustentabilidade como vantagem competitiva. Este relatório fornece dados robustos de 15.000 pesquisas realizadas em 10 mercados da região, incluindo México, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e América Central.
Contexto Latino-Americano: Economia e Clima
A América Latina é uma região de contrastes, onde países como a Costa Rica são líderes em energia renovável, enquanto grandes cidades como a Cidade do México enfrentam sérios desafios de eficiência hídrica.
Anos como 2024 foram marcados por condições climáticas extremas, com eventos desastrosos ocorrendo em vários países latino-americanos. Isso gerou uma maior preocupação e compromisso dos cidadãos com a sustentabilidade, impulsionando mudanças em seus hábitos e expectativas em relação às marcas. Porém, em 2025 as preocupações dominantes nas famílias passaram a ser econômicas e políticas, com fatores como manter fontes de renda (uma preocupação que chega a 56% no México e 54% no Chile), e aumento dos preços dominando as mentes e os bolsos dos consumidores.
Essa pressão econômica dificultou ações sustentáveis, com 36% dos shoppers latino-americanos dizendo que tem sido mais complexo agir de forma eco amigável.
Queda dos Comprometidos e Ascensão dos Indiferentes
O estudo classifica os consumidores em três perfis de acordo com sua relação com a sustentabilidade:
- Eco-Ativos: Muito preocupados com o meio ambiente e o lixo plástico, eles tomam mais ações e sentem uma responsabilidade intrínseca de serem sustentáveis.
- Eco-Consideradores: Se importam com o meio ambiente e o plástico, mas suas principais barreiras são a conveniência e o preço.
- Eco-Indiferentes: Têm pouco ou nenhum interesse pelo meio ambiente, não acreditam que possam fazer diferença e não têm consciência sobre as preocupações ambientais.
Em um cenário desafiador, a América Latina está passando por uma queda no segmento mais comprometido: os Eco-Ativos passaram de 28% em 2024 para 22% em 2025. Ao mesmo tempo, os Eco-Indiferentes cresceram de 38% para 40%, sendo o Brasil um caso notável, concentrando a maior proporção de Eco-Indiferentes da região, chegando a 66%.
O Caminho Desafiador para as Marcas de FMCG na América Latina
Apenas um terço da população latino-americana assume a responsabilidade pelos danos ambientais, com uma grande parte (40%) acreditando que a responsabilidade é da indústria. No entanto, 90% dos latinos estão dispostos a optar por uma compra mais sustentável em diferentes momentos da jornada.
É aí que surge a oportunidade: metade dos latinos está tentando fazer algo sustentável, mesmo que não sejam muito comprometidos. Esse segmento responde por dois terços dos gastos com bens de consumo massivos (FMCG) na região.
As principais barreiras que limitam a ação são claras e focam no preço e na informação:
- Produtos sustentáveis são considerados muito caros (58%).
- Há falta de informações; 47% dos consumidores não entendem os rótulos de reciclagem e 51% não sabem o que fazer com embalagens biodegradáveis.
As marcas devem concentrar seus esforços em educar, facilitar e inspirar o consumo sustentável, especialmente oferecendo soluções em embalagens e ingredientes.
Empresas que alcançam esses consumidores em transição, fornecendo informações e facilitando a execução de práticas sustentáveis, construirão uma relação de confiança e serão lembradas como agentes de transformação.
Aproxime-se da transformação sustentável dos consumidores com base em perspectivas reais das famílias na América Latina.
Explore mais informações no relatório completo.
Descubra mais em nosso podcast "Sustain to Gain 2025".