O uso de big data para descobrir tendências em alimentação saudável

Com o uso do TrendEvaluate, a Kantar identificou oportunidades para marcas
17 janeiro 2025
Tendências em alimentação saudável
Rafael Farias Teixeira
Rafael
Farias Teixeira

Marketing Executive, Brasil

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A América Latina é uma região que demonstra uma grande preocupação com sua alimentação de forma a manter uma vida saudável. Segundo o estudo Decoding Wellness –#BodyMindPlanet Latam Edition 2024, da Kantar, 87% das pessoas dizem seguir uma dieta balanceada.

Para manter um estilo de vida saudável, porém, os consumidores latino-americanos enfrentam alguns desafios: 52% sentem que estão sendo impedidos de fazer as escolhas certas por causa dos altos preços, pela variedade limitada (37%), a falta de confiança (32%), a dificuldade de encontrar produtos nas lojas (25%) e o entendimento se o produto é saudável (20%).

Nesse cenário, as marcas podem virar peças essenciais, já que 50% dos latino-americanos acreditam que elas desempenham um papel importante na garantia de uma vida mais saudável. Recentemente, a Kantar lançou seu Blueprint for Brand Growth, um framework que conclui que marcas que são significativamente diferentes e inovadoras crescem pelo menos duas vezes mais rápido do que aquelas que não são.

Portanto, entender essas necessidades dos consumidores dentro do mercado de alimentação saudável é uma forma de inovar, ocupar espaços em branco ou mesmo conquistar clientes da concorrência.

Tendências no mercado de alimentação saudável

 

Para entender as próximas tendências em alimentação saudável e nutrição, a Kantar utilizou o TrendEvaluate que analisa 90 bilhões de buscas ao longo de cinco anos e em mais de 100 países. Essa ferramenta olha, além do presente, para o futuro, com a capacidade de projetar tendências mainstream, estabelecidas, de nicho e disruptivas até dois anos à frente.

Enquanto tópicos como como veganismo, desperdício de alimentos e dietas com baixo teor de açúcar viraram mainstream, outros despontam como novidades. “Dietas com baixo teor de açúcar têm sido uma tendência de longa data. No entanto, não se trata mais apenas do açúcar ser o vilão; há uma variedade de ferramentas que as pessoas estão usando para personalizar sua saúde”, explica Eden Plummer, líder de Sustentabilidade e Inovação da Kantar.

Comer alimentos para ajudar no equilíbrio hormonal, por exemplo, é uma dessas novas tendências. Na análise do TrendEvaluate, a busca pela erva ashwagandha, conhecida popularmente como ginseng indiano, teve um aumento de 62% nas buscas nos últimos 24 meses. Ela faz parte chá Rheal Balance Tonic, com foco em apoiar a saúde feminina. “Mapear essas áreas permite explorar novos benefícios e formatos para apoiar a inovação significativa”, afirma Eden.

Outra tendência é o uso de tecnologia e ciência para gerenciar a própria nutrição. Programas como o Zoe permitem que os consumidores realizem testes controlados de processamento de gordura e açúcar em casa e até enviem uma amostra de fezes, permitindo que os consumidores entendam seus corpos melhor do que nunca.

No último ano, houve um crescimento por buscas sobre temas como Eixo Intestino-Cérebro (+3%), Monitoramento Contínuo de Glicose (+28%) e Alimentos Anti-inflamatórios (+16%).

Alimentação saudável e sustentabilidade

 

“À medida que os consumidores procuram apoiar sua própria saúde, também há um forte desejo de apoiar a saúde do nosso planeta, e as marcas podem encontrar oportunidades aqui”, afirma Miguel Vils, diretor de analytics da Kantar Brasil.  

A agricultura regenerativa, por exemplo, é um tópico cada vez mais importante, com buscas pelo termo aumentando 9% e buscas por Saúde do Solo aumentando 3% nos últimos dois anos. “Esta abordagem holística da agricultura foca em melhorar a saúde do solo, que foi degradada ao longo do tempo pelos nossos métodos modernos de agricultura intensiva”, explica Vils.

Em 2021, nosso estudo Who Cares Who Does observou uma oportunidade de $556 bilhões com os Eco-ativos, aqueles consumidores que estão mais preocupados com a sustentabilidade e mais dispostos a mudar seu comportamento.

A marca brasileira Native, por exemplo, conquistou a certificação ROC de agricultura orgânica regenerativa. As terras cultivadas pela empresa passaram por um processo de restauração que resultou em diversos benefícios ambientais. 

“As marcas devem usar o poder do big data para identificar tendências e oportunidade, moldando produtos significativos e voltados para o futuro que atendam às necessidades emergentes dos consumidores”, diz Vils.

 

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